sábado, 31 de agosto de 2013

Trajetórias...

Dos passos sem rumos que deixaram
As sombras tão livres
Aquelas que me despertaram
Lembravam vidas seguindo, fugindo, indo ou vindo
Mas que marcaram, algo além
De uma escancarada solidão,
Em caminhar e continuar incessantemente,
Muitas vezes sem razão,
Diluindo ódio e egoísmo com rivalidade
Em combustível pra competição
Mas ao invés disso, ficou a saudade.
De todos que gritavam por liberdade
Agora as vozes se calaram…
E nos revelaram que a doença
É qualquer consciência em silêncio…
Mas o silêncio mesmo, não existe!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Pandemônio da Valsa...






















Veja só como tudo mudou
Sem perceber, ela se matou
E continuava a morrer
Todos os dias quando esquecia o por que...
E pra que persistir, seu segredo era apenas dançar
Sem olhar, as voltas, sem se importar
Com a ameaça e a promessa de mudança...

Algo que passou por nós sem pressa
Trouxe e levou vidas como cantigas de festa
E ela dançava sem saber onde iria pisar
Em meio ao incêndio de caos e pobreza que não iria cessar
A valsa era a sua ideologia,
Que a cobria com sonhos de compensação
E as chamas ali presentes, pareciam pra ela, cores sutis de um lindo violão

Perguntei a ela o que ela faria
Quando acabasse aquela euforia
Já que a música e a valsa era o que mantia sua respiração
Sem pensar ela me disse, não sei
Mas mesmo que doa,
Prefiro acreditar que mudar e se confrontar,
São simplesmente problemas de outras pessoas...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Meu nome é pecado...
























Você preferiu acreditar em deus
Eu preferi acreditar em mim
E por mais que sejamos iguais
Seu rebanho só se faz em hierarquias de poder
A igreja agora é você,
Seu corpo é a casa de deus
O lar que eu tenho sou eu

Meu corpo é um livro, 

É simbolo, de uma linguagem independente 
E do meu sacrifício
Faço história, e vejo cada amanhecer acontecer
Suas preces são gritos e inundações de sentimentos contidos,
Que buscam cura, mas se calam na dependência de um submisso...
E como vai amar o próximo que nem sabe o nome?
Se maldito é o homem que confia no homem?
E ainda o chama de irmão?

Liberdade para você é suicídio moral

Mas para mim mesmo parecendo solidão é o encontro com o real
Você encontrou a fé
E a abraçou
Eu nasci lutando,
Não preciso de conforto
Enquanto você pede perdão pelo que quer
Eu peco descobrindo o amor...

domingo, 4 de agosto de 2013





Quem é você?

Você é uma arma, pronta para disparar
Pronta para ferir quem quer que seja
Apontando palavras de ordem, força bruta
Covardia a nos segregar

Você é uma cura, que pode fazer diferença
Encorajar, amar além do que se espera,
emergir nos outros novas curas
E se curar...

Mas também é loucura, que faz das fugas
Seu abrigo, em pensamentos,
Quando a realidade já não traz tanto sentido
E como numa prisão, luta pra se libertar

Afinal, quem é você?
Que não sabe escolher
E se atreve o tempo todo
Em ser
Arma, cura e loucura para viver...

sábado, 3 de agosto de 2013

Encontro com o real










    Fez se o pleno silêncio após um último grito, foi a sua maneira de se despedir. Abriu passagem para a morte convidativa, e como fuga, deixou se levar mais uma vez. 


     Ela sonhava em ser bailarina, dançaria para viver, mas naquele momento queria ser qualquer outra coisa menos ela mesma. E já não era mais, nunca será. Foi embora antes mesmo que seu corpo permitisse, pois não conseguira enlouquecer, desistiu, sucumbiu se numa eutanásia psíquica e instantaneamente a carne cedeu. Para alguém tão idealista, a morte significou o seu primeiro e único encontro com o real. 


    Não havia na constituição uma punição para o que acontecera, mas também não haveria justiça, do contrário daquilo que se esperava, ela não estava nas mãos de deus. 


    Estava dominada pelo impulso compulsivo de um sociopata que seguia suas próprias leis e princípios, o principio de um prazer sem absoluta culpa!


    Aquele que não sofria luto, relutou, não queria tê-la matado tão depressa. Ainda saboreava com todos os sentidos a dor daquele momento, sentia um estranho prazer ao brincar com vidas. Descobriu se dependente de possui-las, assim sentia que poderia se aproximar da criação. 


    Os restos daquele corpo agora não teriam mais a mesma utilidade, tornaram átomos que se uniriam em outros organismos numa união tão natural e necessária quanto a morte. Seria apenas parte de novas criações, de outras vidas...