quinta-feira, 15 de maio de 2014

Olho pelo espelho de dentro carro, vejo o trapo enlatado que me tornei, o sol era de foder qualquer cabaço sem cerimônia, sem preconceito.

Aquela longa fileira de carros e prédios, e lixos com pessoas limpando a própria merda e jogando as na frente de outras pessoas pareciam para mim todos os pré requisitos que se admitem como civilização. E na medida que ruminava em meus pensamentos, ia me debruçando aos poucos pela imundície de caos e fumaça, dando me a impressão de estar num cemitério de automóveis, talvez eu fosse a única coisa viva e com certeza a mais louca daquele campo de concentração... Não era verdade, meu túmulo era um bendito fusca com um celo pregado em seu rabo escrito "foi deus que me deu". Já fui um bom cristão, um melhor critico do que mentiroso, coisas que nunca fizeram sentido...

Olho pelo espelho de dentro do carro, só vejo a mim mesmo, distante, sempre fugindo do calor e das coisas como elas são. Os carros seguiam a sua vez, demorei para acelerar, de novo eu divagando no engarrafamento!