E quando for,
Embora o amor
Levando com ele o calor
E elo que nos sustente
Não haverá lei, rei ou quem
Que se apresente em teu altar
Não haverá restos
Que se dê à aproveitar
Territórios sem donos,
Sem tronos,
E quando o inverno visitar,
Pela ausência da chama pelo amar
O peito se petrificará,
Em gélida e infinita sensação
De morte,
Não haverá teto
Que nos protegerá, Nem projetos
À se sustentar,
E se regressará a escravidão
O homem a si próprio
Feridas se abrirão
Por entre as asas do desejo
E a liberdade de voar
Com a força das emoções,
Que nos guiam para o poder
De acreditar, de sentir e mudar
Deixarão os céus em silêncio
Como se jamais pertencessem a este lugar
E quando for,
Embora o amor
O sentido sucumbirá,
Perdendo o rumo,
E a alma por suicídio
Não mais existirá,
Deixando um vazio à beira mar.
A vida se arrastará
Por entre espinhos, sem jamais se curar...
Péricles Carvalho e Quézia Gonçalves
Péricles Carvalho e Quézia Gonçalves