quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Suicidio Moral






Eu não soube me calar,
Preferi não esperar,
Que o veneno se espalhasse
Os dias vão e vem, mas ninguém
Confronta a indiferença, nem a doença
Do fascismo, que para uns cabe a sentença,
Para outros, o prazer

Mas eu queria sofrer a queda
Meu impeto foi pular,
Da beira daquele precipício
A frente os braços, e laços me atavam
Tentando me segurar, mas em cada passo
Uma força mais forte me levava
E me joguei, me arremessei
Sem par, sem casa pra voltar...

O parapeito era um farol,
Que sempre indicava a direção,
Fazia dele meu abrigo, minha ética
Droga e religião...
Mas a queda era sedução,
Desejo de encontrar outro sentido
Que não sustentasse uma ilusão

Preferiria assim, me eternizar,
Em momentos autênticos, de vivência sublime
Não queria cometer pra mim
Um crime, de esperar
Que os céus viessem me buscar...

Não importava o impacto,
A morte daquele fato,
Era para o desejo, um recomeço
E lá embaixo,
Abracei sem luto,
A realidade, que não cura
Mas era um mar,
De possibilidades pra me libertar...

Péricles Carvalho

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