sábado, 25 de janeiro de 2014

Ontogênese do florescer... ( Inspirado por Quezia Gonçalves )


Conforme as folhas caiam daquela imensa videira, ilustre simbolo de vida e personalidade para aquele lugar. Ela também sentia se parte desses momentos, de amadurecimento, de sentir a vida passar... Sua ontogênese emocional lembrava os ciclos de vida daquela videira diante das estações, que para dar frutos submetia se inicialmente a um período de repouso em latência, suas forças e desejos ficavam inicialmente contidas e dessa forma evitava contatos mais íntimos, privando se de uma dor potencial. Mas se o elo fosse mais significativo ela caminharia para um período de crescimento, e seus reais sentimentos e desejos aos poucos permitiriam se abrochar até chegar finalmente no período de elaboração, com um contato genuíno que expusesse sua nudez psíquica, frutos de amor para serem colhidos.
Como aquelas raízes, ela se mantinha em pé ainda que não pudesse, mas afinal cresceu e floresceu em dom e destreza com o mais lindo brilho no olhar... Foi então que descobriu se diferente, era firme tal qual sua videira, mas não queria ser dependente, seus pés caminhavam para longe do seu lugar e não pretendiam parar. Assim descobriu se inquieta, inteira, indivisível e que mais do que ninguém ela só poderia cultivar se, envolver se, se não fosse parcializada, se tudo pudesse sentir por que o seu sentido de ser é uma busca por um real significado, de cada linguagem humana, demasiadamente humana. E já não mais se reconhecia como parte de uma linda paisagem, era pintora de seus próprios momentos e deles, personagem...


Péricles C. Passos

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