Às vezes me pergunto em meus
descompassos de ceticismo, que mesmo que não haja nada neste infinito que possa
nos salvar das perdas inevitáveis no decorrer da vida, intimamente ligadas com
a natureza de viver, e ainda que alma e espírito não passem de uma ilusão que construímos em certas crenças talvez como
maneiras de dar um propósito a tudo pelo que passamos, mesmo assim existem nelas
um fator que pode nos impulsionar a nos tornar pessoas melhores do que somos
através do poder da fé... E como ela pode desencadear uma motivação
sobre-humana até mesmo em pessoas nas condições mais improváveis, naquelas que tiveram seus
direitos sociais, morais e até o seu lugar vetado na sociedade. Mas será que é
disso mesmo que precisamos para convivermos melhor com as frustrações ou
supera-las?
O que realmente salva as
pessoas? Acreditar em Deus? Acreditar no amor? Se Deus é mesmo amor, então
amando estamos nos salvando… Mas mesmo que ele não exista, podemos construir
nossos próprios céus e infernos por que tudo depende da nossa condição de bem estar e enfrentamento diante do que vier. Penso
que o que salva as pessoas é o que motiva nelas o discernimento e a vontade de
produzir mudanças. Seja pelo amor, seja pelo aprendizado, pela religião ou pelo
conhecimento, mas a nível consciente e saudável.
Enfim, a fé pode salvar assim como pode também adoecer se não houver um suporte racional e emocional no indivíduo para não transformar aquilo que lhe motiva em obsessão, mas em síntese a cura pode sim ser constituída pela motivação.
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